13 de agosto de 2012

Se o entrevistador perguntasse: "O que você diria ser a coisa mais importante na sua vida nesse momento?"

Eu teria dito: "O mais importante na minha vida nesse momento é o rumo que ela vai tomar. Achamos que nunca vai chegar a hora de crescer, de arrumar um emprego, de fazer escolhas difíceis. Já estou no sétimo período da faculdade. Há 6 semestres atrás não imaginava que chegaria o momento de fazer a monografia. Nem que chegaria o momento de escolher um estágio. É difícil aceitar essas coisas. Afinal, defender uma monografia é defender meu ponto de vista a respeito de algo, é definir quem eu realmente sou e do que sou feita. Arrumar um emprego, estagiar, experimentar as coisas por aí afora é descobrir aquilo que vou fazer provavelmente pro resto da vida. E não é só no campo profissional: nunca pensamos que chega a hora de sair de casa, de se juntar com alguém, de pagar suas próprias contas... É complicado entender todo esse tipo de coisa. E já que é algo tão denso e complexo, obviamente que é a coisa de maior relevância agora: fazer minhas próprias escolhas."

27 de outubro de 2011

Na Roma antiga, a homossexualidade era praticada como algo normal. Era, na realidade, a verdadeira expressão do amor, uma vez que as mulheres eram consideradas seres muito inferiores para receber o amor de um homem. Homens amavam a outros homens, porque amavam o PODER. E restava às mulheres amar a outra mulheres. Hoje, o homossexualismo, que uma vez foi a expressão do amor, do poder e da masculinidade, é tratado como anormal. Isso nada mais é do que o reflexo de uma >sociedade paradoxal<, que se confunde ao longo dos tempos e se vê sempre acompanhada de uma p r e o c u p a ç ã o. Há sempre uma polêmica ou uma crítica; há sempre insatisfação; tempos de paz são raros, tempos de paz de espírito são raríssimos. alguém deve sempre ser perseguido. Na verdade, é uma sociedade que sofre de um DiStÚrBiO De PeRsOnAlIdAdE, vive em busca de respostas para perguntas que não são perguntas. São flechas envenenadas, que são atiradas a esmo, até atingirem um alvo. Daí, a contradição surge e tudo que era imaculado, e tudo que era virtude, vira PECADO.

10 de julho de 2011

Sigh

Não gosto de escrever sobre coisas polêmias, não me vejo como formadora de opinião. Gosto mais do lado sensível das palavras, não do lado assertivo. Não gosto de escrever histórias, não tem imaginação pra criar personagens, cenários e detalhes. Talvez eu goste de escrever sobre o cotidiano. Talvez. Se for inspirador o suficiente, ou se me dê uma ideia diferente. Gosto, na verdade, de descrever. Descrever sentimentos, elucidações, epifanias,vontades, conquistas, ideias, confusões, ... Não movo massas. Sou mais introspectiva que isso. Me descobri admiradora das coisas, das pessoas e das situações. Talvez eu goste de escrever sobre você, dependendo de como você me faça sentir. Abstração e complexidade são coisas que me atraem. Gosto de escrever a palavra pela palavra. Não precisa significar exatamente algo, mas precisa ser carregada de pensamentos inpensados, que surgem sem motivo e somem da mesma forma que apareceram: cachoeira de águas que caem com força e se perdem no rio; rio que ora está cheio, transbordando de ideias e injúrias, ora sereno, mas sempre correndo. Só sobram a memória e as letras no papel.

1 de abril de 2011

Provehito in altum


whatever you do, don't be afraid of the dark. i'm running round in circles, babe... A NEW DAY IS COMING AND I AM FINALLY FREE! a million little pieces i've stolen from you. we will fight to the death! ever imagine heart open and free? ON HIS FACE THERE'S A MAP OF THE WORLD. We're fading faster than the speed of light... time to go down in flame and i'm taking you closer to the edge. CRASH, CRASH, BURN, LET IT ALL BURN! COME, BREAK ME DOWN. Can you imagine a time when the truth ran free? T H I S I S W A R. in defense of our dreams... honest to god I will break your heart. IT'S TIME TO FORGET ABOUT THE PAST.it's a brave new world from the last to the first. this is a call to arms! i'm not running from you... WE WERE THE VICTIMS OF OURSELVES! run away... I' L L A T T A C K! ONE DAY MAYBE WE'LL MEET AGAIN... the age of man is over. There is a fire inside of this and a riot about to explode into flames. TIMETOGOTOWAR. I BELIEVE IN NOTHING, BUT THE BEATING OF OUR HEARTS. this hurricane's chasing us all underground.

The war is won.

24 de março de 2011

Sempre me achei diferente das outras pessoas. Sempre achei que possuía qualidades únicas, que me distinguiam dos outros, que faziam de mim um ser complexo e incompleto, porém em busca de algo maior. Muito dramática, crítica, melancólica às vezes, outrora carismática, inteligente nos assuntos que me interessavam, engraçada com quem eu gostava, curta e grossa com quem merecia.

No entanto, me redescobri normal. Descobri que não tenho nada de especial. Aquele lance de que "devemos amar a nós mesmos" porque cada um é "único" e "especial" à sua maneira, já que "Deus não comete erros". Não vejo mais fundamento nisso. Não me sinto alguém interessante, destacável. Vinte anos se passaram e o que eu conquistei? Carteira de motorista?! O que já aprendi? Inglês?!

Minha vida é tão cômoda e normal que às vezes páro e penso "eu nunca seria capaz de aprender a tocar piano, ou um violino, ou a me comunicar por LIBRAS, ou inventar algo inovador, ou então organizar um sistema político, surfar, aprender mandarim, ou sei lá, islandês, dirigir um filme, escrever um livro, cantar, pintar um quadro bonito, ...". Penso infinitas coisas que eu não seria capaz de fazer e que mesmo se eu quisesse, eu não conseguiria, porque dadas as proporções das coisas que aprendi em 20 anos, em mais 20 eu não faria nem meia metade do que eu gostaria! Ui...

Resumindo, tenho me sentido só mais uma pessoa nesse mundo de muitas³ pessoas, nesse mundo de muitas pessoas que não são nada e não querem ser nada, nesse mundo de muitas pessoas que não são nada e não querem ser nada e nunca nem serão nada. E isso me entristece. Porque o potencial é muito grande, mas a vontade, o tempo, a própria cultura que quero aprender também me sufoca, porque me obriga a fazer coisas que, se eu tivesse que escolher, não faria. É um tal de "você precisa estudar, terminar o ensino médio, fazer uma faculdade, trabalhar, namorar, comprar uma casa, casar, pagar contas, ter filhos" filhos que serão mais pessoas em um mundo de muitas pessoas, que nunca serão nada.

12 de março de 2011

I believe in nothing, not the end and not the start;
I believe in nothing, not the earth and not the stars;
I believe in nothing, not the day and not the dark;
I believe in nothing, but the beating of our hearts;
I believe in nothing, one hundred suns until we part;
I believe in nothing, not in satan, not in god;
I believe in nothing, not in peace and not in war;
I believe in nothing, but the truth of who we are.

30 Seconds to Mars

10 de outubro de 2010

Juízo Final

Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado.

NELSON RODRIGUES

31 de agosto de 2010


One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster.


Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.


Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.


I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn't hard to master.


I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn't a disaster.


---Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan't have lied. It's evident

the art of losing's not too hard to master

though it may look like (Write it!) like disaste
r.

ELIZABETH BISHOP

1 de agosto de 2010

Emília

- A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme-e-acorde, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
(...) A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

30 de julho de 2010

Me isolar. Me isolar desse mundo. Se existe problema maior do que enfrentar as pessoas, é saber que elas te ignoram, te subestimam, não te levam a sério. Te dão as costas e te deixam desamparado, a chorar, a lamentar seus erros; e não voltam atrás. Nem se quer te atendem ao telefone, porque você não é mais digno de falar com elas, não é mais classificado como filho, amigo, irmão. Não há perdão. E quando não há perdão, não há chance de voltar a tudo como era; os bons sentimentos se esvaiem, as muito boas lembranças são esquecidas, os sorrisos já não significam mais nada e ninguém é capaz de olhar na cara de ninguém. É impressionante como um erro traz muito mais malefício do que momentos felizes trazem benefício. É impressionante como a dor é maior do que qualquer coisa boa que já lhe aconteceu; como dilacera, machuca, envenena. Não precisava ser assim... Pra dor de um único erro passar, são necessários n acertos para se sentir melhor. E pra se sentir melhor é preciso se isolar; se isolar das pessoas: assim não se acumulam erros.